Alcoolismo
O álcool é a substância responsável pela maior parcela dos dependentes químicos, no Brasil, cerca de 12% da população é dependente de álcool .
O consumo excessivo de álcool traz muitos problemas de saúde como problemas no fígado, estômago, esôfago, sistema nervoso central (demência alcoólica), sistema nervoso periférico (formigamentos e perda de sensibilidade nas pernas principalmente), piora o diabetes. Diversos problemas comportamentais, como agressividade, problemas de relacionamento, depressão, risco maior de suicídio, acidentes etc., além, claro, da dependência.
O contrário do que se pensa a maior parte das pessoas que tem problema com álcool não são aquelas pelas sarjetas, as que bebem todos os dias, ou aquelas que bebem pela manhã! Essas são certamente as mais graves, mas não maioria. Essa ideia que para ter problema tem que estar assim, é o principal motivo pela resistência em procurar ou aceitar ajuda.
Ter prejuízo, tanto físico, social, familiar ou profissional é um dos principais indícios que o indivíduo tem problema com álcool. A quantidade que se ingere é apenas um dos fatores para se considerar alcoolismo. Há pessoas que bebem pequenas quantidades e já podem ser enquadradas como portadoras desse problema.
Existe um claro fator genético envolvido no alcoolismo, filhos de alcoólatras tem maior predisposição a terem problemas com álcool. Há estudos que mostram que filhos biológicos de alcoólatras que mesmo adotados por lares abstêmios, têm chance maior de desenvolver o problema.
Intoxicação alcoólica
É a ingestão de álcool suficiente para interferir no funcionamento normal da pessoa.
Os principais sintomas são:
- Alterações variáveis de afeto: excitação, alegria, irritabilidade;
- Irregularidades da fala (fala pastosa, com dificuldade);
- Impulsividade, agressividade, alteração de libido, diminuição do desempenho motor;
- Lentificação do pensamento, diminuição da capacidade de raciocínio e do juízo crítico;
- Hálito etílico, olhos vermelhos, falta de equilíbrio;
- Aumento da suscetibilidade para violência, abusar e ser abusado, acidentes de trânsito, atropelamento, etc;
- Impulsividade.
Abuso do álcool
O abuso é nome que se dá a situação em que o indivíduo usa álcool de maneira problemática, repetidamente mas não apresenta os sintomas de dependência.
A pessoa falha com o cumprimento de obrigações, expõe-se a situações de perigo (dirigir embriagado, por exemplo), problemas de conduta (prisão por arruaça) e apesar disso o indivíduo mantém o padrão de consumo.
Dependência ao álcool
Padrão de uso problemático de álcool, levando a prejuízo ou sofrimento significativo, manifestado por pelo menos três dos seguintes critérios:
- Tolerância (quantidades maiores para o mesmo efeito).
- Abstinência.
- O uso é maior na quantidade e no período de consumo que o pretendido.
- Existe desejo ou esforços mal sucedidos para reduzir o consumo.
- Muito tempo é gasto para a obtenção, uso e recuperação.
- Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas.
- O uso continua apesar da consciência dos problemas causados.
Abstinência
São o conjunto de sintomas que se iniciam após 6 horas da diminuição ou interrupção do consumo, tendo o pico de intensidade entre 24h a 48h podendo durar por até 7 dias.
Os principais sintomas são:
- Tremores de extremidades
- Ansiedade
- Taquicardia
- Hipertensão
- Insônia
- Alteração do humor
- Dor de cabeça
- Náusea
- Sensibilidade ao barulho
A abstinência de álcool pode agravar-se podendo ser uma emergência médica com risco de morte.
Os sintomas de gravidades são: febre, confusão mental, respiração rápida, delirium tremens e as convulsões.
Delirium tremens: alucinações visuais vividas (a pessoa enxerga bichos pelo quarto, por exemplo), alteração do nível de consciência, desorientação. Os tremores costumam ser bastante intensos. Mortalidade varia de 05 até 25%!
Outros problemas de saúde
- Cirrose hepática;
- Varizes esofagianas;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Risco maior de câncer de cabeça e pescoço;
- Diabetes Mellitus;
- Pancreatite aguda e crônica;
- Neuropatia periférica alcoólica.
Tratamentos
- Medicamentoso (dependência): existem medicações que agem no desejo e/ou na compulsão pelo álcool. Existem também medicações aversivas, que causam mal estar caso a pessoa ingira álcool.
- Medicamentoso abstinência.
- Psicoterapia psicodinâmica, psicoterapia comportamental, psicoterapia em grupo, grupos de mútua ajuda (A.A), acompanhante terapêutico.
- Internação (hospital geral, hospital psiquiátrico, clinica de reabilitação, comunidade terapêutica etc...).
Importante: A internação não é o tratamento. É um modelo de tratamento. Precisa de indicação médica e deve conter tratamento multiprofissional (médicos, psicólogos, terapeutas). A internação é indicada caso todas as outras tentativas de tratamento ambulatorial falharem ou caso exista risco de vida.