Esquizofrenia e Outras Psicoses
A psicose é provavelmente a situação mais dramática na psiquiatria clínica e por isso é bastante explorada na mídia, tanto pela notoriedade na imprensa, quanto no cinema e na literatura. Essa dramaticidade se deve à enorme repercussão e prejuízo na vida do paciente acometido, com alto risco de complicações legais decorrentes dos comportamentos violentos e autodestrutivos, com risco de homicídio e suicídio e, também, pelos comportamentos e idéias bizarras, excêntricas que podem levar ao comprometimento social pelo alto grau de estigma que acarretam.
A psicose consiste numa quebra com a realidade, seja por percepções, interpretações, intuições distorcidas e inabaláveis (delírios), ou seja, por ouvir, ver ou mesmo sentir algo que não exista.
Os delírios podem ter os mais diversos temas, mas os mais freqüentes são os persecutórios (o indivíduo crê que alguém ou algum grupo o persegue, trama contra ele, o investiga), os místicos-religiosos (o individuo crê que tem poderes especiais, transcendentes, que é um messias, por exemplo), delírio de culpa, delírio de ruína (ambos os presentes nas depressões), delírio de grandeza (o paciente crê ser dono de uma grande fortuna, ou ser portador de habilidades especiais) delírio de ciúme, etc.
Os delírios são por definição incorrigíveis, isto é, não importa o quanto improvável ou bizarro seja o conteúdo do delírio o paciente não se convence do contrário de jeito algum.
Alucinações são a percepção de estímulos que não existem realmente. Os mais comuns são as alucinações auditivas, principalmente vozes. As alucinações visuais são um pouco mais raras e as sugerem causa orgânica (doenças clínicas, intoxicações ou doenças neurológicas).
Esquizofrenia
É um transtorno psiquiátrico que tem como os principais sintomas o delírio e as alucinações, mas também desorganização do pensamento, empobrecimento afetivo, problemas cognitivos
Suas causas não são plenamente conhecidas, mas há um componente genético muito importante, com muitos genes envolvidos.
No entanto não basta apenas ter os genes envolvidos para desenvolver esquizofrenia. As influências do ambiente são muito importantes como conflitos psicológicos, doenças maternas durante a gravidez, doenças inflamatórias, desajuste social (imigrantes tem risco um pouco maior de desenvolver esquizofrenia). Outra causa importante é o uso de drogas, principalmente a maconha. Os usuário de maconha têm risco 8 vezes maior, principalmente se os que começam a usar na adolescência.
O diagnóstico é clínico e deve ser feito por psiquiatra. Muitos sintomas não são fáceis de serem avaliados e o uso dos critérios por profissional pouco treinado pode levar a confusões. Não existe nehum exame capaz de diagnosticar esquizofrenia
Principais sintomas
Delírios: o indivíduo crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos
Alucinações: O paciente percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador para o paciente
Discurso e pensamento desorganizado O paciente com esquizofrenia fala de maneira ilógica e desconexa , demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma seqüência lógica
Expressão das emoções: O paciente tem um “afeto inadequado ou embotado”, ou seja, uma dificuldade de demonstrar a emoção que está sentindo. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, por exemplo, tendo dificuldade de modular o afeto de acordo com o contexto, mostrando-se indiferente a diversas situações do cotidiano
Alteração do comportamento: Os pacientes podem ser impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além de exposição moral, como por exemplo falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa em público.
Tratamentos
O tratamento visa manter os sintomas psicóticos remitidos e restabelecer a funcionalidade do paciente. As medicações antipsicóticas são absolutamente necessárias. Existem muitos tipos dessas medicações, sendo que é possível escolher a que melhor se adapte ao paciente.
Os antipsicóticos são os responsáveis em remitir os sintomas, mas restabeliecer e reabilitar o paciente precisa de muito mais. As psicoterapias, terapias ocupacionais, treino de habilidades sociais, além de toda e qualquer atividade que estimule e desenvolva o paciente, como estudo, trabalho, aula de línguas, musica e tantas forem possíveis ( sem sobrecarregar evidentemente) são necessárias para s reabilitação psicossocial do paciente.