Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma demência, isso é, uma perda cognitiva (atenção, memória, orientação no tempo e espaço, perda da capacidade de organização planejamento, cálculo etc.) que traz prejuízo funcional para o paciente. Suas causas não são claras e o principal fator de risco é a idade e a genética.
A doença se caracteriza por alterações cerebrais que são principalmente as placas senis (depósito de proteínas beta amilóide), os emaranhados neurofibrilares (alteração da proteína tau) e a redução dos neurônios com diminuição do volume cerebral.
Seus sintomas e queixas principais consistem em:
- Perda de memória, principalmente a memória recente. As memórias mais antigas são preservadas por mais tempo.
- Repetição dos mesmos assuntos e perguntas.
- Esquece-se de compromissos, eventos e datas.
- Perda frequente de objetos, esquecimentos de onde as coisas foram guardadas. Pode começar a desconfiar que foi roubado.
- Começa a não reconhecer ambientes antes conhecidos, como as ruas da vizinhança e começar a se perder.
- Não consegue nomear adequadamente objetos conhecidos.
- Não se lembra ou não reconhece pessoas conhecidas.
- Dificuldade de cuidar de seu dinheiro, patrimônios e tomar decisões adequadas no trabalho.
- Dificuldade de vestir-se, usar utensílios e cuidar da própria higiene.
- Mudanças de humor, podendo apresentar transtornos de humor associados.
- Mudança de personalidade, podendo ficar mais agitado, desinibido e agressivo que o habitual, ou mais apático, indiferente e passivo.
- Pode apresentar erro de julgamento da realidade (delírios), ficando paranóico, ou com delírio de ciúmes.
- Alucinações (nas fases mais avançadas).
Tais sintomas normalmente tem início insidioso e tendem a progredir com o tempo.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, isto é, a avaliação da história, dos sintomas, da velocidade de evolução são normalmente suficientes para o diagnóstico.
Os exames complementares, tanto de imagem quanto laboratoriais são fundamentais para a exclusão de outras doenças que podem estar causando o declínio cognitivo.
A avaliação neuropsicológica é muito útil para mostrar quais funções cognitivas estão mais prejudicas e nos casos iniciais podem nortear a reabilitação precoce. Também ajuda na diferenciação dos casos leves do envelhecimento normal.
Tratamentos medicamentosos
- Inibidores da acetilcolinesterase: São as principais medicações que auxiliam no controle dos sintomas e também diminuem a velocidade de evolução. São eles: rivastigmina, donepezil e galantamina.
- Memantina: Usada nas fases moderadas e avançadas. Tem efeito reduzindo mecanismos de neurotoxicidade, melhora a neurotransmissão. Parece não ajudar nos casos iniciais.
Tratamentos não medicamentosos
A estimulação do paciente com doença de Alzheimer é fundamental para manter a funcionalidade e consequentemente melhorar a qualidade de vida.
A reabilitação neuropsicológica consiste na abordagem das funções cognitivas afetadas com treinamentos e estratégias para compensar os déficits.
Atividade física e suporte fisioterápico contribuíram para melhora da coordenação, da marcha, alongamento e força muscular trazendo benefícios neurológicos, além de maior independência.
Manter o ambiente estável e organizado é importante para maior conforto, menos risco de confusão, perda de objetos, estranhamentos, etc. Mudança de residência por exemplo, costuma ser trágico e o paciente não mais se habitua no novo local, com muita confusão.